Poucos mercados são tão dinâmicos quanto o de cosméticos. Sua força está em uma base de consumidores regulares e receptivos às novidades. Não à toa a indústria da beleza tem potencial financeiro alto e crescimento contínuo. Além disso, parte deste segmento tem se mostrado antenado às demandas por sustentabilidade de um público cada vez mais ligado ao consumo consciente. Por tudo isso, o canabidiol (CBD) vai ao encontro dos anseios das empresas do setor e, internacionalmente, está figurando entre os mais badalados “ingredientes verdes”.
CBD e cosméticos
O CBD caiu no gosto das empresas e de consumidores por algumas características peculiares:
- possui vitaminas A, B, C e E,
- é anti-inflamatório,
- antiacne,
- antibactericida e
- relaxante.
Ou seja, propriedades importantes que a pele precisa para estar bem cuidada e saudável. Alguns especialistas mostram tanta confiança nos resultados do CBD que já o colocam acima de outros compostos bastante conhecidos, como o retinol e o ácido hialurônico. E também vale lembrar que estamos falando de um elemento de origem natural.
Essa ascensão do CBD na indústria de cosméticos não é modismo. Pelo contrário, deve ficar ainda mais intensa, após decisão recente da Direção Geral do Mercado Interno, Indústria, Empreendedorismo e PMEs da União Europeia, que adicionou o canabidiol à lista de ingredientes legais de cosméticos, reconhecendo que esse canabinoide tem função anti-sebo e antioxidante, além de ser um condicionador e protetor da pele. Ou seja, as portas do bloco europeu estão abertas para cosméticos com CBD em sua composição. E alguém duvida que esse movimento será replicado em outras regiões?
Mercado de cosméticos com CBD
Os cosméticos com infusão de CBD movimentaram US$ 5 bilhões em 2018, mas o montante deve chegar a US$ 18 bilhões até 2026, segundo relatório da Zion Market Research. Essa elevação expressiva é puxada pelas iniciativas de marcas dos mais diversos portes e segmentos. E nem se trata de um fenômeno tão novo.
A The Body Shop foi pioneira, lá nos anos 1990, lançando uma linha hemp com produtos à base de óleo de semente de cânhamo. Desde então, algumas marcas mais conceituais ou de nicho abraçaram o CBD. Entre elas estão:
- Kiehl’s,
- Milk Makeup,
- Shen Beauty e
- Cult Beauty.
Além disso, gigantes como a Lush e a Avon já lançaram produtos com CBD na fórmula.
E no Brasil?
Obviamente, a indústria brasileira, reconhecida pela alta qualidade tanto internamente quanto no exterior, tem tudo para fazer bonito nesse mercado. E candidatos não faltariam. De acordo com dados de 2018 da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), o Brasil possuía 2.794 empresas do setor registradas na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Trata-se de um setor que tem tudo para aproveitar essa tendência, incluindo a força para trabalhar pela criação de um ambiente mais favorável para o desenvolvimento da indústria legal da cannabis no País.
Isso porque se a planta for produzida por aqui o desempenho desse setor pode ser ainda melhor e em grande escala, originando novos negócios, inovação, receitas, empregos e ampliando a arrecadação de tributos para o Brasil.
E para quem duvida do nosso potencial em relação aos cosméticos, lembramos que o País é o quarto maior mercado mundial de cosméticos, movimentando US$ 30 bilhões em 2018, segundo dados do Euromonitor International. Atualmente, ficamos atrás apenas de Japão, China e Estados Unidos, líder global de mercado que gira sozinho US$ 90 bilhões anualmente.
E não é só a indústria que ganha com a união entre beleza e bem-estar, cosméticos e CBD. Com criatividade, a área de serviços também pode ganhar frescor e ampliar receitas. Na Califórnia (EUA), só para dar um exemplo, a bola da vez consiste em tratamentos com produtos à base de CBD, literalmente, dos pés à cabeça nos “salões verdes”.
A beleza da vida está nos detalhes assim como a beleza no mundo dos negócios. Sempre é hora de fazer bonito e, com CBD nos cosméticos, o momento é agora.