O termo justiça climática nasceu da necessidade de refletirmos como as mudanças climáticas afetarão algumas regiões do mundo mais do que outras, algumas pessoas mais do que outras. O IPCC, uma organização ligada à ONU que avalia a informação científica, técnica e socioeconômica relevante para melhor compreender os riscos associados às mudanças climáticas, os possíveis impactos e as opções disponíveis de mitigação e adaptação, listou em um de seus relatórios deste ano uma série de questões que amplificam a emergência climática: desigualdade; pobreza; crescimento e alta densidade populacional; mudanças no uso da terra, particularmente o desmatamento com a consequente perda de biodiversidade; degradação do solo e alta dependência das economias locais dos recursos naturais para a produção de commodities.
No contexto de injustiça climática que vivemos hoje, países mais desenvolvidos, grandes indústrias e todos os outros grupos privilegiados que são os mais responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa na atmosfera são muito, MUITO menos afetados pelas consequências dessas emissões e, ao mesmo tempo, tem mais condições, principalmente financeiras, de se adaptar.
O dado é alarmante: até 2030 apenas as emissões do 1% mais rico da população mundial podem chegar a ser 30 vezes maior do que o minimamente recomendável para manter o aquecimento do planeta em níveis aceitáveis, enquanto metade da população mundial deve emitir bem abaixo do limite até o mesmo ano.
A Cannabis entra nessa conversa como uma ferramenta poderosa para governos e indústrias equilibrar estas desigualdades e alcançar as metas estabelecidas. Aqui mesmo no blog da TGH já trouxemos diversas aplicações da Cannabis que podem contribuir para processos de produção e desenvolvimento industrial de forma mais sustentável, como por exemplo:
Plástico de Cânhamo – Uma solução sustentável e econômica
Biocombustível de Cânhamo – Uma alternativa sustentável
Hempcrete: Concreto feito a base de Cânhamo
Fica evidente que a Cannabis pode ter um papel fundamental na reconstrução da nossa sociedade em uma estrutura mais sustentável. Veja a seguir as aplicações onde a Cannabis irá diretamente influenciar uma mudança nos principais fatores apontados pela IPCC:
Desigualdade e pobreza: A Cannabis foi proibida em uma ação racista e xenofóbica. A sua regulamentação pautada pela reparação histórica devolverá às pessoas marginalizadas o protagonismo em uma cultura que eles já possuem experiência e excelência na produção, uso e comercialização.
Mudanças no uso da terra, particularmente o desmatamento com a consequente perda de biodiversidade; degradação do solo e alta dependência das economias locais dos recursos naturais para a produção de commodities: A Cannabis chega como uma alternativa para produção de diversos produtos essenciais ao estilo de vida moderno com menos impactos no meio ambiente. Já foi comprovado que a cultura do Cânhamo produzida em um modelo agroflorestal regenera o solo e impacta positivamente outras culturas de produção, e o material resultante servirá para substituir commodities que hoje direta e indiretamente, em sua extração, produção, transporte e utilização, são responsáveis pela maioria das emissões dos gases do efeito estufa hoje em dia.
Obrigado e até o próximo texto aqui no blog da TGH!
Com informações de:
https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2021/11/09/movimento-negro-e-indigena-pede-justica-climatica-voce-sabe-o-que-e-isso.htm