Cannabis medicinal: como, por que e para quê usar?

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Síndrome de Dravet, Síndrome Lenox-Gastaut, esclerose tuberosa, câncer, esquizofrenia, depressão, ansiedade, Síndrome de Burnout, Mal de Alzheimer, Esclerose Múltipla, Aids, artrite, artrose, autismo, dores neuropáticas, endometriose, fibromialgia, glaucoma, insônia, osteoporose, Mal de Parkinson, psoríase, transtorno obsessivo compulsivo (TOC), dermatites, insônia, diabetes… A lista de doenças cujo tratamento com cannabis medicinal é eficaz é imensa e não para por aí.

Poderíamos ficar até amanhã elencando enfermidades, uma vez que o principal benefício medicinal da cannabis é sua capacidade reguladora do organismo. Os canabinoides que compõem a planta atuam diretamente no sistema endocanabinoide existente no corpo humano, responsável pela homeostase, que nada mais é do que o equilíbrio do ambiente interno corporal.

Este sistema endocanabonoide foi descoberto recentemente pelos cientistas, que chegaram à conclusão de que ele atua realizando a comunicação entre o cérebro e o restante do corpo. Ele é composto, basicamente, por dois tipos de receptores: CB1 – presente em todo o organismo, com destaque para o hipotálamo (no cérebro) e a amígdala, e com poder de influência sobre a regulação do apetite e o processamento emocional; e CB2 – encontrado nos sistemas nervoso e imunológico, com incidência sobre dor e questões motoras, dentre outras funções do corpo.

Canabinoides equilibram o organismo humano

A cannabis possui cerca de 400 substâncias químicas diferentes em sua composição, das quais 85 são canabinoides – ou fitocanabinoides no termo científico mais preciso. Dentre os cannabinoides, três deles já foram mais pesquisados e, assim, têm suas capacidades terapêuticas mais reconhecidas. São eles: tetrahidrocanabinol (THC), canabidiol (CBD) e canabinol (CBN). 

  • Tetrahidrocanabinol (THC)

É capaz de reduzir ou, até mesmo, eliminar dores, náuseas e o estresse, além de estimular o apetite e combater a insônia. Sugere-se que o THC funcione também como um neuroprotetor, podendo ser eficiente contra epilepsia e outras doenças degenerativas, como o Alzheimer e Parkinson. Além disso, como anti-inflamatório, poderia ser útil no tratamento de doenças como artrite reumatoide.

  • Canabidiol (CBD)

O canabidiol (CBD) é usado no tratamento de epilepsia, ansiedade e até mal de Alzheimer. Ao entrar no organismo humano, o CBD se conecta a neurotransmissores, como os de adenosina e serotonina. Essa interação resulta em efeitos positivos relacionados à ansiedade, inflamação, cognição, controle motor, percepção da dor, náusea e apetite.

  • Canabinol (CBN)

 Acredita-se que o CBN possa ser útil no tratamento de dores crônicas e glaucoma, bem como no estímulo ao apetite, mas ainda não existem estudos conclusivos.

CANNABIS MEDICINAL:

Como se usa cannabis medicinal?

O uso medicinal da cannabis não se faz fumando, uma vez que qualquer material vegetal queimado pode ter efeitos prejudiciais a longo prazo, pois a combustão pode criar substâncias cancerígenas e outras toxinas. Os produtos mais modernos podem ser vaporizados (através do aquecimento a baixa temperatura), aplicados como pomadas, inalados como spray ou consumidos como comprimidos, líquidos, óleos ou comestíveis.

No caso dos medicamentos com THC, cujo efeito psicoativo é comprovado, o risco de vício ou dependência de cannabis é, segundo indícios encontrados em estudos científicos, muito menor do que com outras drogas analgésicas, como opióides. 

Além disso, a biotecnologia tem atuado de forma efetiva para produzir plantas de cannabis cada vez mais eficientes na produção de fármacos, de forma que, se o CBD é eficaz no tratamento de epilepsia, foram desenvolvidas cepas de plantas com alto teor deste canabinoide.

O efeito Entourage

O efeito de entourage é um termo criado pelos pesquisados S. Ben-Shabat e Raphael Mechoulam, em um artigo científico de 1998, para descrever o conceito de que a eficácia do tratamento com cannabis medicinal pode não se limitar apenas às propriedades benéficas de um canabinoide específico, como o THC ou CBD. Trata-se do efeito obtido quando vários compostos da planta trabalham juntos.

Por exemplo, além dos canabinóides, os terpenóides, compostos responsáveis pelas qualidades aromáticas e de sabor das plantas, também podem desempenhar um papel no potencial terapêutico da cannabis.

Legislação de cannabis medicinal

Em todos os países do mundo onde o uso da cannabis medicinal é permitido – incluindo o Brasil – há muita regulamentação por trás. As regras são diferentes em cada local, mas existe, em comum, os rígidos controles de qualidade e origem da planta.

Além disso, os cannabinoides permitidos também variam de acordo com o país. Os medicamentos de cannabis contendo THC foram legalizados na Áustria, Bélgica, Canadá, República Tcheca, Finlândia, Israel, Holanda, Espanha, Reino Unido e alguns estados dos EUA.

Já os medicamentos à base de CBD, presumindo-se que tenham um conteúdo insignificante de THC, agora são legais em cerca de 50 países. O canabidiol teve mais facilidade em obter a aprovação regulatória por não ter efeitos psicoativos e, por consequência, não impactar nas habilidades cognitivas. 

Muitas empresas têm enxergado o enorme potencial farmacêutico da planta e estão correndo para se juntar à revolução da cannabis medicinal, que será um dos avanços mais significativos na área da saúde no século 21.

Leia também aqui no blog outros pots sobre cannabis medicinal: Cannabis e saúde mental: uma alternativa terapêutica.

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