A pandemia da COVID -19, além de tirar muitas vidas em todo mundo, afetou severamente muitos setores econômicos. Porém, alguns mercado têm encontrado saídas para prosperar e o da cannabis é um deles. Neste texto você vai entender como COVID-19 e Cannabis se relacionam e podem acelerar a recuperação econômica de alguns paises.
Nos Estados Unidos, a cannabis foi considerada item essencial nos estados onde o uso é legalizado. Desta forma, os dispensários foram autorizados a continuar abertos, mesmo nos momentos de restrição mais rígidos. Em alguns locais, foi liberado apenas o uso medicinal, em outros até mesmo o recreativo seguiu permitido.
Na Holanda, onde a cultura em torno da planta é bem mais disseminada, os coffee shops, inicialmente, fecharam as portas por serem considerados espaços de sociabilização. Em seguida, porém, o governo voltou atrás e permitiu a abertura.
Situações como estas evitaram que o segmento mergulhasse na crise, mas a venda da cannabis, além de não cair, ainda cresceu. Na Califórnia, foi registrado aumento de mais de 150% na comercialização de cannabis, somente em março de 2020.
O impacto da pandemia no mercado de cannabis no Brasil
No Brasil, a Abrace Esperança, entidade autorizada pelo governo a plantar cannabis e produzir o óleo de CBD (composto da cannabis) para fins medicinais, teve cerca de 4 mil pedidos e 500 novos cadastros em dois dias. Isso ocorreu também em março de 2020, primeiro mês de restrições no Brasil. Para o coordenador da Abrace, Cassiano Gomes, a motivação foi o medo de que o medicamento viesse a faltar.
Outro fator importante, é o efeito do CBD para combater ansiedade e depressão, transtornos cujos casos se multiplicaram nesse período de isolamento social. Com mais informações disponíveis, as pessoas já estavam buscando mais o CBD. Contudo, desde o início da pandemia, a Abrace registrou aumento significativo na procura pelo tratamento com cannabis.
A quantidade de pacientes que recorreram à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para importar os remédios à base de cannabis também se multiplicou. O número de cadastros na agência saltou de 10.862, em 2019, para 26.885, em 2020, dos quais 10.695 se concentram em São Paulo.
Além do aumento na procura pelos medicamentos, a pandemia levou à Abrace pesquisadores interessados em analisar possíveis contribuições da cannabis contra o novo coronavírus. Atualmente, são quatro pesquisas com foco na relação entre Covid-19 e cannabis aguardando aprovação. O movimento se repete em outros países, como o Canadá, onde um estudo apontou que há princípios ativos da cannabis capazes de proteger as células do corpo humano da Covid-19.
COVID-19 e Cannabis: medidas contra a crise
No Líbano, a pandemia e a crise econômica, juntas, conduziram o país à liberação da cannabis para fins medicinais e industriais. A planta já era cultivada de forma clandestina nos campos e a legalização foi encarada pelo governo como forma de estimular a economia e criar uma nova indústria, com toda a movimentação financeira e tributações ligadas a ela.
Esta foi, inclusive, a recomendação da McKinsey & Co., contratada para aconselhar o país sobre como lidar com crescentes preocupações econômicas. A consultoria sugeriu a legalização da maconha para pelo menos, alguns propósitos.
Esse movimento poderia gerar cerca de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,4 bilhões, na cotação atual) por ano aos cofres públicos libaneses.
O impacto da pandemia e o crescimento do mercado de cannabis
Com demanda crescente e a legalização ganhando territórios, o mercado de cannabis se mostra cada vez mais sólido e próspero. Projeção da empresa de dados, inteligência e networking, Prohibition Partners, divulgada no relatório Cannabis: Pesquisa, Inovação e Tendências de mercado produzido pela The Green Hub, é de que o valor global do mercado de cannabis chegue a US$ 55,3 bilhões em 2024.
A cannabis é versátil e pode ser base para milhares de produtos medicinais, alimentares, têxteis, agrícolas, de construção, entre uma infinidade de aplicações. É das poucas plantas capazes de crescer em climas variados e já mostrou sua força para enfrentar preconceitos, criminalização e, até mesmo, uma crise sanitária global.
A exemplo do Líbano, muitos outros países deveriam olhar para a cannabis como uma rota de saída para a crise econômica durante e após a pandemia. Quem sabe o Brasil não segue também este caminho? Trabalhamos para isto.
Quer saber mais?
Sabemos que esse assunto é complexo e não pretendemos esgotá-lo em um post. Caso tenha se animado e esteja com vontade de saber mais sobre mercado de cannabis, acesse o artigo: Mercado de cannabis: a hora é agora!