Liberação do cultivo do cânhamo provocará revolução agrícola no Brasil

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O agronegócio ocupa grande lugar de destaque no desenvolvimento econômico do país. Com terra e clima propícios, o Brasil possui potencial de cultivo de cannabis com o menor custo internacional, competindo com a colombiana. Produzida sob controle do governo, o custo de produção na Colômbia é de US$ 0,80 por grama – um quinto do que é cobrado no Canadá.

Esses são alguns fatores que tornam a discussão sobre o cultivo de cannabis no Brasil tão necessária. Para se aprofundar nesta discussão e entender o que pode mudar no Brasil com a plantação do cânhamo em nosso território, leia o artigo a seguir, escrito por Marcelo Grecco:

É sempre muito bom participar de discussões com líderes empresariais sobre questões relacionadas à crise climática, sustentabilidade, meio ambiente, neutralização de carbono, entre outros temas tão essenciais para a nossa sobrevivência neste planeta. Muitas dessas pessoas conhecem profundamente o assunto e dão aulas a respeito. Mas basta incluir na conversa a contribuição do cultivo do cânhamo para o meio ambiente para perceber que, nesse quesito, a maioria ainda enxerga o assunto com preconceito e muito, muito, desconhecimento.

Como não sou agrônomo, nem profissional do campo, também desconhecia até pouco tempo atrás uma estratégia de produção que integra diferentes sistemas produtivos na mesma área: agrícola, pecuário e florestal. Por meio do sistema chamado Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), desenvolvido no Brasil pela Embrapa, o mesmo terreno passa a abrigar diferentes produções, reduzindo desmatamento e emissão de gases de efeito estufa. Como o gás carbônico emitido pelo gado é neutralizado por meio da fotossíntese, a presença deles entre a floresta é uma combinação perfeita.

Especialistas explicam também que, ao diversificar as culturas, o solo se torna rico em nutrientes. E é aí que os agricultores, empresários e representantes dos três poderes do Estado brasileiro precisam entender a contribuição do cânhamo para o assunto. Primeiro passo é saber que o cânhamo, também chamado hemp, não tem nada a ver com droga. Por ter, no máximo, 0,3% de tetrahidrocanabinol (THC), a planta não tem princípio psicoativo.

A planta, que alcança em torno de 1m20, é excelente para conter erosões, limpar o solo, retirando resíduos poluentes e até mesmo radiativos. O cânhamo tem raízes longas, que cavam profundamente o solo e sugam nutrientes e água. Absorve também produtos químicos nocivos na terra, sem que isso impacte em nada a transformação de suas folhas, caule e sementes em mais de 25 mil produtos. Indústrias variadas poderão transformar essa matéria-prima em bens de consumo totalmente alinhados ao desenvolvimento sustentável.

O cânhamo cresce muito rapidamente e absorve mais CO2 por hectare do que qualquer outra cultura conhecida. São 63 toneladas de CO2 sequestrados da atmosfera para cada tonelada de planta. Em volume de árvores, seria preciso 2,860 delas totalmente crescidas para fazer esse mesmo serviço, o que levaria um bom tempo.

Ao falar em agronegócio, muitas pessoas pensam logo nas grandes propriedades focadas em monocultura. No entanto, há uma enormidade de pequenos agricultores que irão se beneficiar com o cultivo de cânhamo no Brasil. Com tanta terras e oportunidades, o País tem todos os elementos favoráveis para se tornar o maior exportador de cânhamo do mundo. Atualmente, a liderança é dos chineses, mas os norte-americanos avançam com muita disposição desde a assinatura da Farm Bill, a nova Lei da Agricultura assinada pelo presidente Donald Trump no final de 2018.

Se nossos governantes seguirem o exemplo de Trump, podemos virar o jogo em pouco tempo. As vantagens são muitas. Só não enxerga quem colocou a venda nos olhos nos anos 1950, justamente em consequência de interesses comerciais dos Estados Unidos, e não quer tirar mais.

Marcelo Grecco

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